Thursday 7 November 2013

Mais uma história de Imigração

Embora ame o Brasil, nunca me senti totalmente brasileira. Como a história de imigração da minha família é um fato relativamente recente, sempre me senti meio italiana.
Quando se é do Sul e de uma cidade pequena colonizada basicamente por imigrantes, ou filhos de imigrantes, você não se vê retratado nos meios de comunicação nacional e o que lhe é mostrado como “cultura brasileira” parece pouco com sua realidade.
É como se pertencêssemos a um país a parte, talvez por não se encaixar exatamente no que foi definido como “cultura brasileira”, talvez um isolamento voluntário ou ainda por um ressentimento do resto do país devido a Revolução Farroupilha. Quem sabe?

Com exceção da família de meu avô materno, que são descendentes de Alemães e Portugueses, o restante dos meus bisavós e tataravós são italianos. As famílias tanto de minha avó materna quanto de minha vó paterna, tem histórias bem similares. Agricultores do norte da Itália, não proprietários de terras, que devido a pobreza e fome na Itália, não tiveram outra opção senão enfrentar os “Trenta giorni di macchina a vapore” para ter uma vida melhor na América.

Talvez pela vinda  não escolhida e desejada acabaram conservando tão bem sua cultura. Já a história da família do meu Avô Paterno é uma mistura de lenda e realidade.

O sobrenome, que acredita-se ser de origem grega, já dá um tom diferente a história. Segundo a lenda da família, conta-se que somente um Ioris veio da Itália para o Brasil. Ele teria ido ao Brasil mais pelo gosto da aventura do que pela própria necessidade. Era um sujeito atlético e conseguiu trabalho no navio, possivelmente como estivador. Provavelmente só uma lenda de família.

Família Ioris - Jores
A hipótese mais provável é de que a história tenha sido exatamente igual a muitas outras, o que não desmerece o fato em nada, mas adoramos essa outra versão  fantasiosa.

De acordo com um recenseamento realizado entre 1880 e 1884, que consta no livro "História de Caxias do Sul", página 317, a família "Jores" chegou ao Brasil no ano de 1877. O Domenico mencionado no documento é provavelmente meu Tataravô.